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Resenha - A lista negra (pode haver spoilers)



Titulo: A lista negra
Autor(a): Jennifer Brown
Editora: Gutenberg

Páginas256



Sinopse Essa é a história de Val e Nick. Eles são dois adolescentes que se conhecem no primeiro ano do ensino médio e se identificam de imediato. Val convive com pais ausentes, que brigam o tempo todo e só criticam suas roupas e atitudes. Nick tem uma mãe divorciada que vive em bares atrás de novos namorados. Os dois são alvo de bullying por parte de seus colegas do Colégio Garvin. Nick apanha dos atletas e Val sofre com os apelidos dados pelas meninas bonitas e populares. Ambos compartilham suas angústias num caderno com o nome de todos e tudo que odeiam, criando um oásis, um local de fuga, um momento de desabafo, pelo menos para Val. Já Nick não encara a lista e os comentários como uma simples piada. Há alguns meses, ele abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa da lista que ajudou a criar. Agora, depois de passar o verão reclusa, se recuperando do ferimento e do trauma, Val é forçada a enfrentar uma dura realidade ao voltar para a escola.


Resenha/Opinião –  Acho que essa será uma das resenhas mais difíceis de se fazer (ou pelo menos a minha primeira com esse tipo de assunto)
O livro é triste, muito triste, é um drama que deve doer muito mais para aqueles que já um dia sofreram Bullying na escola ou conheceram alguém que passou por isso. O livro é forte não pelas palavras mas pelo significado de cada capitulo, cada cena e emoção passado pela autora que por sinal tem uma narrativa maravilhosa nos fazendo sofrer e ter dúvidas juntos de Valerie sobre amigos/relacionamento/família. O livro começa com Nick dizendo que vai resolver tudo logo de uma vez, e nisso Valerie apenas acha que ele dará um susto numa das garotas que a incomodava, porém ao ouvir o primeiro tiro tudo fica confuso, seus sentidos, Val fica em choque até perceber o que o namorado estava fazendo, quando enfim percebe já era tarde demais para algumas pessoas. Ela vai atrás, grita seu nome e tenta impedir mas ele só fica repetindo ‘’não se lembra do plano?’’ e nisso todos á sua volta a apontam como cumplice. Apesar de Valerie ter parado o tiroteio/massacre ao se colocar entre uma das estudantes mesmo assim boa parte do colégio não há vê como heroína, claro que tem aqueles que a agradecem porém é difícil confiar na pessoa que deu inicio a lista não é mesmo? Como perdoar uma pessoa que colocou seu nome numa lista negra e que mais para frente se fere ao ser atingida por uma bala que estava de certa forma ‘’destinada a você’’ mas que por um acaso não a matou. Aos olhos do mundo Val era tão culpada quanto Nick, ela não puxou o gatilho, mas escreveu os nomes, ela começou e ele apenas terminou. Há momentos que pensamos sobre o porque Nick fez aquilo mas nunca poderemos saber/descobrir pois o mesmo se mata sem avisar ninguém, sem deixar bilhete nem nada, se ele era um garoto perturbado por seus pesadelos ou sofreu realmente uma influência isso nunca saberemos assim como sua namorada Val que em alguns momentos pensa. Um dos momentos que mais gostei, (no caso um dos trechos) é quando ambos estão juntos sozinhos e eles dizem entender um ao outro, e para Valerie ela diz que ele sempre seria seu Romeu apesar de todos agora o considerarem ‘’ um monstro’’ e não importa o que acontecesse ela sempre se lembraria do Nick seu namorado, seu  melhor amigo e não pensaria nele como ‘’Assassino’’ isso ela não conseguia aceitar (acho que nem eu conseguiria). Valerie passa por momentos muito tensos e inclusive tem que fazer tratamento com Psiquiatra para conseguir lidar com a dor, a perda/o luto e a família, assim como com a volta para a escola, a qual todos a maltratavam. Esse livro aborta a ‘’volta’’ para ela de uma forma diferente, no livro ela não vira a heroína, ela não vira a popular, ela não é perdoada do dia para a noite. Durante a leitura apesar de ser narrado pela principal conseguimos ver os personagens e seus pensamentos por ângulos diferentes o que é muito legal, gosto quando num livro temos vários pontos de vista, varias perspectivas. Há muito o que se falar no livro na questão do perdão, Val tem que se perdoar, ela sabe que tudo começou sendo brincadeira mas é difícil não se sentir culpada quando sabe que pessoas morreram por sua causa, porque você colocou numa lista.


Quotes – E foi assim que começou a famosa Lista Negra: como uma piada. Uma forma de descarregar a frustração. No entanto, ela acabou se transformando em algo que eu nem imaginava.

Era bom fazer parte de um "nós",  com os mesmo pensamentos, os mesmo sentimentos, os mesmos problemas. Mas, agora, a outra metade desse "nós" tinha ido embora e, deitada no meu quarto escuro. percebi que não sabia como me  tornar eu mesma de novo.

"- Um é meu número favorito -sorriu Bea - Em inglês, a palavra "um" tem o mesmo som do passado de "vencer" e podemos todos dizer no final do dia que vencemos de novo, não podemos? Em alguns dias, chegar ao fim do dia é uma grande vitória"

"- O tempo nunca acaba [...]. Como sempre há tempo para a dor, também sempre há tempo para a cura.

""Eu sobrevivi, e isso fez a diferença", disse ela então. Na época, eu respondia que ela era louca, mas agora, abraçada a ela no palco durante nossa formatura, nosso projeto completo, entendi o que ela quis dizer e sabia que tinha razão. Aquele dia mudou mesmo as coisas. Nós ficamos amigas não porque quisemos, mas porque, de algum modo, precisamos ficar. E pode me chamar de louca, mas eu sentia quase como tivéssemos de ser amigas’’

Eu tinha mudado a mamãe. Mudado seu papel de mãe. Seu propósito não era mais fácil e claro como tinha sido no dia em que nasci. Seu papel não era mais me proteger do resto do mundo. Agora, seu papel era proteger o resto do mundo de mim.

"Ficamos em silêncio por um minuto. Não sei o que o Nick estava pensando. Na hora, achei que o silêncio dele era algum tipo de acordo sem palavras comigo, como se estivéssemos falando ao mesmo tempo por meio de ondas mentais. Mas, hoje, sei que era apenas uma daquelas "inferências" sobre as quais o doutor Hietler sempre falava. As pessoas fazem isso o tempo todo - acham que "sabem" o que está se passando na cabeça de alguém. Isso é impossível. É um erro achar isso. Um erro muito grande. Um erro que, se você não tiver cuidado, pode arruinar sua vida."

‘’Sabemos que podemos mudar a realidade’’, declarou ‘’É difícil, e a maioria das pessoas nem tenta fazer isso, mas é possível. Você pode mudar a realidade do ódio ao se abrir para uma amiga. Ao salvar uma inimiga.’

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